quarta-feira, 15 de abril de 2009

Não somos Et`s, sofremos as mesmas coisas.




...Esperamos diante das nossas crises, presenciar a intervenção de Deus.
Entretanto permita-me tornar esta crise em um processo existencial questionando nossa fé de maneira relacional á vida.
"Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8:28)
Como crer nessa afirmação quando, após nove meses de gravidez, o nosso filhinho nasce terrivelmente deformado devido a problemas congênitos e, na terceira semana de vida sofrida morre? Ou quando perdemos injustamente o emprego e, após vagar de empresa em empresa por mais de um ano, continuamos desempregados e sendo obrigados a ver esposa e filhos passarem necessidades básicas? Ou quando a esposa adoece, com uma depressão profunda, colocando a família de cabeça para baixo e levando os filhos adolescentes a passarem por uma prematura crise existencial?
"Tudo posso naquele que me fortalece" (Fp 4:13)
Como crer nisso depois de lutarmos, com muita oração, contra um pecado específico que mina nossa vida e, olhando para trás percebemos que nos últimos dez anos fomos derrotados? Ou quando somos tomados por fobias que nos impedem de ao menos sair de casa, trabalhar e estar em público e, apesar de todo o apoio da igreja e do pastor, só conseguimos dormir á noite sob efeito de fortes medicamentos ?
"Pedi e dar-se-vos-á" (Mt 7:7)
Como acreditar nessa verdade se, depois de orar quinze anos pelo nosso filho que abandonou o senhor , descobrimos que agora, além de desviado, está envolvido com drogas? Ou quando após derramar, por quase dois anos, o coração em oração de súplica e clamamos ao Senhor, pedindo pela restauração do casamento, pois o marido abandonara a casa e estava vivendo com outra mulher, um advogado bate á nossa porta trazendo o pedido de divórcio?
"Pelas suas pisaduras fomos sarados" (Is 53;5)
Como acreditar nisso se oramos por aquele irmão sincero e fiel a Deus que contraíra aids havia três anos e, depois de uma infecção oportunista, repentinamente morre? Ou quando choramos e clamamos durante seis meses por aquele pastor amado que foi internado devido a um câncer e, mesmo tendo toda a igreja de joelhos clamando a Deus por sua vida, ele morre; ao passo que um paciente ateu que estava hospitalizado ao seu lado com o mesmo problema melhora e volta pra casa?
Essas foram algumas das perguntas e questionamentos que ouvi direta ou indiretamente ao longo dos anos em conversas com amigos e irmãos.Em outras palavras ele queriam saber:
Como crer em Deus e no cristianismo quando não vejo a manifestação sobrenatural e interventiva do Senhor em minha e em meus conflitos? Como acreditar em minha religião cristã quando a bênção não vem, a cura não chega e não encontro uma resposta inteligível a minha oração?
Refletindo a respeito da fé cristã em nossas vidas, pude começar a entender que as diferenças entre a verdadeira e a falsa religiosidade tornam-se mais visíveis quando nos encontramos em crise. E quando estamos em crise, pensamos apenas em uma coisa: na possibilidade de Deus intervir.
Antes de mais nada, precisamos crer que a missão da igreja não é proclamar o evangelho, não é se expandir, e tampouco conquistar a mídia e impactar a sociedade.A primeira missão da igreja é morrer. É perder os valores da carne e ser revestida com os valores de Deus. É se "desglorificar" para glorificar a Deus.
Certa vez perguntaram a George Muller:
- Qual o segredo do seu sucesso ministerial?
A resposta dele veio de imediato:
- O segredo de Gerge Muller é que George Muller morreu já há alguns anos...


Autor: Ronaldo Lidório

Texto extraído de parte do livro: "Missões: O desafio continua" pag:31,32 e 33

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